cover.jpg
portadilla.jpg

 

 

Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2012 Andrea Laurence. Todos os direitos reservados.

A EXCEÇÃO À REGRA, N.º 1148 - Agosto 2013

Título original: More Than He Expected

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

Publicado em português em 2013

 

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial,são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

® ™. Harlequin, logotipo Harlequin e Desejo são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-3378-4

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

www.mtcolor.es

Prólogo

 

Sábado, 20 de outubro.

Casamento de Will e Adrienne Taylor

 

Que um padrinho seduzisse uma madrinha era completamente um cliché, mas era uma madrinha extraordinariamente sexy.

Alex não tinha intenção de aproveitar o casamento do seu melhor amigo para seduzir uma mulher; normalmente, os casamentos estavam cheios de mulheres de olhos românticos que procuravam mais do que ele estava disposto a oferecer. Só pretendia vestir o smoking e dizer adeus a outro amigo que passava para o lado escuro.

Mas Gwen Wright destruiu os seus planos quando, ao início da manhã, chegou à sala onde se celebrava a receção anterior ao casamento. Vestia uma saia castanha muito ajustada e uma blusa bege que enfatizava o efeito dos seus grandes olhos castanhos na pele clara. Ao entrar, dedicou-lhe um sorriso e um olhar tão carregado de sensualidade que despertou o seu interesse.

Will apresentou-os uns momentos mais tarde e Alex ficou contente por saber que Gwen era a madrinha. Apertou-lhe educadamente a mão e ficou maravilhado com a sua suavidade. Se tivesse podido, teria passado mais tempo com ela, mas viu-se arrastado para o caos da receção e perdeu a oportunidade.

Ao longo do dia, não teve mais ocasião para falar com Gwen, muito menos de lhe tocar. Alex tentou concentrar-se em Will e nas obrigações próprias de um padrinho.

As coisas mudaram ao chegar a noite.

Estava à espera com Will junto ao arco coberto de rosas debaixo do qual se ia celebrar a cerimónia, quando Gwen caminhou em direção a eles. Ao vê-la com o seu apertado vestido de madrinha, cor-de-rosa, apercebeu-se de que não poderia esperar demasiado. Terminada a cerimónia, agarrou-a por um braço, levou-a para um canto e sussurrou-lhe ao ouvido: «Mais tarde». Pelo rubor das suas faces, soube que a mensagem lhe tinha chegado alta e clara.

E foi mais tarde, para dizer a verdade muito mais do que Alex tinha planeado. Gwen interpretava o seu papel de madrinha como uma profissional e, quando lhe calhou dançar com ele, comportou-se como se estivesse a vários milhares de quilómetros de distância. Era uma mulher com uma missão. Que não lhe ligou minimamente.

Quando os recém-casados se foram embora e o número de pessoas diminuiu, Alex pensou que era então ou nunca. No outro lado da sala, Gwen estava a falar com uns empregados para que levassem os presentes de casamentos para a casa de Will e Adrienne. Enquanto olhava para ela, Alex perguntou a si mesmo por que é que gostava tanto dela.

Não podia negar que era lindíssima. Adorava o seu cabelo louro acinzentado e a forma como emoldurava a sua cara com forma de coração e os seus olhos com pestanas enormes. Adorava as curvas que se adivinhavam sob o seu vestido e as suas pernas perfeitamente definidas. Mas havia algo mais nela. Algo que o atraía como um íman.

E estava decidido a descobrir o que era.

 

 

– Já é mais tarde.

Gwen estava há quarenta e cinco segundos sentada quando ouviu a voz de um homem.

Era a madrinha. O seu trabalho consistia em falar com os convidados e encarregar-se de que tudo corria bem. Mas estava absoluta e totalmente esgotada. Quisesse o que quisesse aquele homem, teria de procurar outra pessoa. Naquele momento, a ideia de tirar os sapatos e deitar-se numa cama era-lhe muito mais apetecível do que a de dançar com o próprio príncipe Harry.

Quando levantou a cabeça, não esperava encontrar-se perante o padrinho, Alex Stanton. Louro e com olhos cor de avelã, vestia um smoking da Armani que lhe ficava magnificamente bem. Gwen estremeceu ao lembrar-se do que ele lhe tinha sussurrado ao ouvido ao final da cerimónia: «Mais tarde»: duas palavras aparentemente inocentes que, não obstante, lhe pareceram uma promessa de aventura e de paixão.

– Danças comigo?

Gwen não tinha a certeza de ter forças para voltar a dançar com ele. A vez anterior tinha sido tão intensa que se tinha dedicado a pensar em piadas más para travar o desejo que sentia. Não queria que Alex pensasse que ela se estava a insinuar a ele. Apesar do que tinha querido interpretar das suas palavras, estava convencida de que só a tinha convidado para dançar porque era a sua obrigação como padrinho.

Esse convencimento debilitou-se durante a noite. De vez em quando, Gwen ficava com os pelos da nuca eriçados e, ao virar-se, descobria que Alex estava a olhar para ela. Eram olhares ardentes, de admiração, que levavam uma sombra de rubor às suas faces. Mas em vez de se aproximar dela, limitava-se a dedicar-lhe um sorriso encantador e desaparecia entre a multidão, como um tubarão ameaçador.

Com a festa a ponto de terminar, Gwen já tinha renunciado à possibilidade de que ele se aproximasse dela.

Gwen ficou entusiasmada instantaneamente. Não reagia assim à maioria dos homens, mas ele não era como a maioria dos homens. De facto, o milionário Alex Stanton pertencia a uma liga muito superior à sua, embora isso não se parecesse notar.

Quando ele lhe estendeu uma mão, Gwen ficou sem dúvidas. Não tinha interpretado erroneamente as suas palavras. Alex estava interessado em algo mais que uma dança, e aceitar a sua mão implicava aceitar o que ele lhe estava a oferecer.

Gwen olhou para o seu pretendente. Um homem atraente, encantador e rico, uma oportunidade que não se apresentava muito frequentemente. Naturalmente, ela tinha tido muitos amantes ao longo dos anos, mas nenhum à sua altura. Além disso, conhecia a sua fama de sedutor e queria desfrutar das suas supostas habilidades. Depois de tantos meses de duro trabalho no hospital, merecia divertir-se e desfrutar um pouco da vida.

Talvez fosse o que necessitava. Uma aventura amorosa e sem complicações com um conhecido mulherengo.

Por fim, aceitou a sua mão. Ele sorriu e levou-a até à pista de dança, onde se apertou contra ela e lhe pôs uma mão na parte baixa das costas. Ao sentir o contacto, Gwen ficou atónita. O seu corpo reagia como se alguém tivesse aberto uma comporta nalguma parte e uma inundação alagasse os seus sentidos. O cheiro a especiarias da colónia de Alex misturou-se com a suave fragrância das rosas e das velas deixando-a tonta.

Gwen não pôde fazer nada salvo aferrar-se aos seus ombros. A música estava a tocar, mas eles permaneciam imóveis, a olharem um para o outro.

De repente, Alex inclinou-se e beijou-a. Ao princípio, com doçura, depois, quando as suas línguas se encontraram, com mais intensidade. Ela arqueou-se contra os seus duros contornos e entregou-se sem reservas. Alex soltou um gemido rouco que vibrou na sua caixa torácica e causou um formigueiro nos endurecidos mamilos a Gwen.

Quando as últimas notas da canção se apagaram, também se rompeu o feitiço que os unia. Mas Alex não se afastou, como ela esperava. Em vez disso, olhou para ela nos olhos com mais intensidade que antes.

Gwen disse a si mesma que tinha chegado o momento de se ir embora. Ainda não tinham decidido nem quando iam fazer amor nem onde o iam fazer, mas não podiam ficar eternamente na pista de dança.

– Tenho de ir buscar as minhas coisas. Estão numa das salas – tentou dizer.

Alex assentiu e ela afastou-se pelo corredor, em direção à parte traseira do edifício.

Momentos depois, entrou no quarto que a noiva e ela tinham usado para se vestirem. Havia um toucador com espelho, um pequeno sofá, um closet e uma casa de banho. Adrienne tinha levado os seus pertences, mas Gwen tinha deixado os seus.

Rapidamente, arranjou o cabelo e retocou a maquilhagem. As mãos tremeram-lhe quando guardou o nécessaire na mala, embora não soubesse se era pelos nervos ou pela excitação.

– Sê forte – disse a si mesma em voz alta.

Já estava disposta a agarrar na escova quando ouviu que a porta se abria e se fechava suavemente atrás de si. Gwen não se virou. Não foi necessário. Só teve de levantar a cabeça para ver o reflexo de Alex no espelho do toucador. Os seus olhos estavam cheios de desejo.

Pelos vistos, o quando e o onde já estavam decididos.

E Gwen ficou muito contente.