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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

© 2010 Harlequin Books S.A.

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Amor em chamas, n.º 44 - Agosto 2015

Título original: Firefighter’s Doorstep Baby

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

I.S.B.N.: 978-84-687-7115-1

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.

Sumário

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

Mariella Holmes observou o lago, do pequeno pátio empedrado. Uma mota de água sulcava a superfície do lago a toda a velocidade mas, instantes depois, o barulho suave do motor apagou-se, ao longe. Olhou para a cabana. Dante ainda estava a dormir. Se o barulho tivesse acordado o bebé, ter-se-ia zangado. Fora muito difícil adormecê-lo.

De todos os modos, o que é que aquele louco estava a fazer? Se caísse à água, ia congelar numa questão de segundos. Contudo, sentiu inveja. Aquele homem parecia não se importar com nada e, se estava de férias, devia estar a aproveitá-las ao máximo.

Mariella olhou para as colinas cobertas de árvores, que se erguiam atrás do lago. Aquele lugar devia ser lindo, no verão. Conseguia imaginar as crianças a nadar, as canoas e os barcos a remos espalhados pela superfície. E homens temerários, como aquele, em motas de água. Olhou novamente para o homem e esperou que não tivesse um acidente.

Fechou um pouco mais o casaco e inalou o ar puro da montanha. Era a primeira vez que ia ali e não soubera o que ia encontrar. As colinas estavam cobertas de árvores, havia lagos e pequenas povoações. Era um lugar encantador. Desejou poder explorar tudo, mas não poderiam ficar muito tempo. Fossem como fossem as coisas, seria uma visita relativamente curta. Decidira tirar uns dias, para ir conhecer o lugar de onde procedia o pai de Dante.

Ouviu um barulho forte no lago e voltou a concentrar a sua atenção no homem. Àquela distância, só conseguia distinguir que era moreno, com ombros largos. Parecia não temer nada. Imaginou-se a voar ao lado dele, com o vento a levar todas as suas preocupações.

Tremeu e voltou a entrar na cabana. Aquela teria sido a oportunidade perfeita para ligar a Ariana, contar-lhe como estava a gostar do lago Clarissa e que vira um homem que despertara a sua imaginação. Ainda lhe custava acreditar que a melhor amiga não voltaria a ligar, para lhe contar, falando a toda a velocidade, como estava a correr a sua vida. Que nunca mais pegaria no filho ao colo, não veria como aprendia a andar e como começava a ir à escola. Mariella limpou as lágrimas do rosto. Ariana estivera ao seu lado quando os pais tinham falhado, mas já não estava presente. Agora, tinha de ser forte.

O tempo sarava tudo e sabia isso. Quase superara a morte dos pais, quando estava em Nova Iorque, no seu primeiro ano da universidade. A dor pela morte de Ariana também seria atenuada. Tinha a certeza de que, com o passar dos anos, recordaria a amiga com carinho. Mas, às vezes, sentia uma dor insuportável. Ariana deixara-a com apenas vinte e dois anos de idade. A vida devia ter-se prolongado até ambas serem velhas, mas acabara prematuramente.

Abanou a cabeça para se tentar livrar daqueles pensamentos e pensou no futuro. Tinha Dante. Tinha trabalho. Tinha um objetivo. Viver a vida, um dia de cada vez. Até esse momento, funcionara bem. Não havia problema se se sentisse incomodada em alguns dias. Era difícil cuidar de um bebé. Pelo menos, tinham saúde, comida e uma vida confortável. E estava a aprender, pouco a pouco, a ser mãe.

Atravessou a sala de estar e aproximou-se para ver o menino, que estava a dormir no carrinho. Depois, olhou para o relógio e soube que depressa acordaria, para beber o biberão. Ainda tinha uns minutos para guardar a comida que comprara e preparar a do menino, antes de ele acordar.

Arrendara a cabana por uma semana, pensando que teria tempo suficiente para conhecer a zona e ver se alguém reconhecia a fotografia de Ariana. Se ninguém a reconhecesse, teriam de se ir embora para Monta Correnti. Não tinha nenhuma pista fiável, nem sabia se estava no lugar adequado. Só sabia que aquele era o lugar de que Ariana lhe falara. A única pista que lhe dera sobre o pai de Dante.

Ariana estivera muito doente e preocupada, durante as últimas semanas de vida. Oxalá a tivesse avisado antes, mas esperara até depois da graduação e até estar em Roma, para partilhar com ela o diagnóstico da sua doença. E apesar de lhe ter suplicado, não quisera dar-lhe o nome do pai de Dante. Só lhe dissera que era daquela zona e que tinham passado um fim de semana fantástico, no lago Clarissa.

Mariella era filha única, ficara sozinha no mundo e a cargo daquele menino. Sempre desejara ter tido muitos irmãos, tios e primos. E desejava que Dante também os tivesse. Talvez pudesse encontrar o pai, contar-lhe que tinha um filho e descobrir que procedia de uma família numerosa e carinhosa, que aceitasse e desse amor ao bebé.

Voltou a olhar para ele e sentiu um aperto no coração. Amava aquele menino, mas era muito difícil ser mãe solteira. Se encontrasse o pai, seria capaz de lho entregar? Uma família numerosa seria o melhor para ele? Ainda não tinha a certeza. Porém, ainda não tinha de tomar nenhuma decisão pois, primeiro, teria de encontrar o pai. Depois disso, decidiria o que fazer.

Cristiano acelerou a mota de água ao máximo. O ar era gelado, mas a emoção da velocidade, o desafio de controlar a máquina e o sol a brilhar na água, fizeram-no sentir mais vivo do que estivera em muitos meses. Os outros pensamentos e preocupações desapareceram. Se a mota pudesse andar ainda mais depressa, teria acelerado mais.

O tornozelo já sarara. Não pudera usar a mota no verão, mas ia fazê-lo no outono. Tinha o lago todo para ele. Sentia-se invencível. Já escapara à morte uma vez, nesse ano. E aquele também não seria o seu dia.

Pensou que daria mais uma volta. Estava tanto frio que os dedos dos pés estavam a começar a intumescer, mas ainda restavam alguns dias de sol, naquela época do ano. Desfrutaria do lago o máximo que pudesse.

Momentos depois, desenhou um oito na água, perto da margem, antes de travar e se dirigir para o cais. O lago Clarissa estava vazio e a praia deserta. Os turistas já se tinham ido embora e ainda não tinham começado a chegar as poucas pessoas que apareciam no inverno. Tinha tudo aquilo só para ele.

Passou à frente das cabanas que os Bertatali arrendavam e apercebeu-se de que a última estava ocupada. No lago Clarissa, não havia a vida noturna que Monta Correnti oferecia. Quase ninguém se atrevia a entrar no lago, naquela época do ano. Ninguém era tão insensato como ele. Devia tratar-se de um casal de idosos, que fora passear e ver como as folhas das árvores mudavam de cor. E como o lugar ficava perto de Monta Correnti, sempre podiam ir jantar lá.

Chegou ao cais e, pouco depois, tinha a mota na pequena rampa flutuante que arrendara. Prendeu-a bem e foi para terra. Ao dirigir-se para a outra moto, os pés molhados deixaram rasto no cais de madeira. Secou-se, vestiu as calças de ganga e calçou as botas que deixara em cima do selim, assim como uma camisola grossa. Sentia-se bem. Pôs o capacete, sentou-se na moto e pô-la a trabalhar. Ainda se surpreendia que houvesse tão pouco trânsito, em comparação com Roma. Ir de férias para o lago Clarissa sempre fora fugir de tudo. Quando era criança, sempre houvera muito trabalho em casa. E, quando crescera, preferira viajar pelo mundo a passar muito tempo naquela vila pequena e tranquila.

Até os atentados terem mudado tudo.

Um pouco depois da uma, Cristiano desmontou a moto, junto do restaurante Pietro. Assim, não teria de cozinhar. O pai ficaria horrorizado, se descobrisse que não gostava de cozinhar. Não era que não gostasse, mas pensava que, para uma pessoa sozinha, não valia a pena o esforço.

O restaurante tinha uma vasta esplanada, mas estava vazia, naquela época do ano. Não estava muito frio, mas o vento era fresco. Entrou no restaurante. No Pietro, cheirava como em casa. O restaurante onde trabalhara quando era criança, que continuava a pertencer ao pai, tinha a mesma decoração rústica. O Bella Rosa tinha mais clientes e mais agitação do que o Pietro mas, ali, sentia-se menos preso ao passado.

Havia vários casais e alguns grupos a almoçar, mais pessoas do que imaginara, e cumprimentou algumas delas. Emeliano saiu da cozinha, com um avental branco atado à cintura e uma bandeja pesada nas mãos. Os braços de Cristiano quase doeram também, ao recordar como se sentia, depois de trabalhar um dia inteiro no Rosa. Há anos que não trabalhava lá, mas ainda tinha muitas lembranças. Embora gostasse de as apagar.

– Cristiano, senta-te onde quiseres. Já vou ter contigo – disse Emeliano, enquanto servia uma mesa.

Dirigiu-se para a sua mesa favorita, à frente da grande janela que dava para a praça. Estava ocupada.

Passou por ela e sentou-se na próxima. Depois, observou a mulher que ocupara a sua mesa preferida.

Tinha cabelo loiro, com madeixas acobreadas. Estava com um bebé ao colo e parecia alheia a tudo aquilo que a rodeava. Cristiano pensou que não a conhecia. Devia ser uma turista.

A desconhecida levantou o olhar e os seus olhares encontraram-se. Ela sorriu e desviou o olhar.

Ficou a observá-la. O sorriso dela fizera com que sentisse um aperto no coração. Naquele breve espaço de tempo, apercebera-se de que tinha olhos cinzentos e faces rosadas. Olhou à sua volta e pensou onde estaria o marido.

Rigatoni? – perguntou Emeliano, que acabara de se aproximar da mesa de Cristiano.

– Claro – confirmou, pois comia quase sempre o mesmo.

– Não são tão bons como no restaurante Rosa – admitiu Emeliano.

– Não estou no Rosa – replicou, com naturalidade.

Não teria demorado muito a chegar a Monta Correnti, mas ainda não estava preparado para ver a família. Por vezes, questionava-se se um dia seria capaz de voltar para casa.

– Vi-te no lago. Podias ter morrido.

Cristiano brincara muito no lago quando era criança, com o irmão Valentino e com Emeliano. Sorriu.

– Sim, mas não morri.

– Tens de pensar no futuro, Cristiano. Porque é que Valentino e tu não trabalham no negócio do teu pai? Se Pietro não tivesse três filhos, pedir-lhe-ia para me aceitar como sócio.

– Vai para Roma, procura um apartamento e trabalho – sugeriu Cristiano.

Apercebeu-se de que a mulher que estava na mesa do lado estava a ouvir, mas não se importou pois não tinha segredos.

Bom, só um.

– E a minha mãe? Achas que é tudo muito fácil, Cristiano.

Sorriu, mas era um sorriso falso. Se Emeliano soubesse a verdade, toda a verdade, teria olhado para ele com desprezo.

– Como está a tua mãe?

– Muito mal. A artrite é horrível – Emeliano mexeu as mãos. – Espero nunca a ter.

– Eu também.

Quando Emeliano se foi embora, Cristiano voltou a olhar para a mulher. Ela corou e olhou para o bebé, sorrindo. Segurou na mão dele e inclinou-se para lhe dar um beijo. Depois, voltou a levantar o olhar.

– Vi-te na moto – disse a Cristiano.

Ele assentiu.

– Parece ser muito divertido.

– E é. Quanto tempo tem o teu bebé? – perguntou, olhando para o menino e interrogando-se se era mais pequeno do que o que tivera ao colo, em maio. Não sabia muito sobre bebés.

Ela voltou a sorrir. Tinha uns olhos muito bonitos e Cristiano voltou a interrogar-se sobre quem seria e o que faria no lago Clarissa.

– Tem quase cinco meses.

Era um menino. O pai tinha dois filhos e uma filha. Bom, quatro filhos e uma filha. Cristiano ainda não conseguia acreditar que tinha dois meios-irmãos nos Estados Unidos. Era surreal. Mais um motivo para se manter afastado da família. Não sabia o que pensar do facto de o pai ter guardado aquele segredo durante toda a vida.

O menino tinha cabelo e olhos escuros. Não se parecia em nada com ela.

– É parecido com o pai? – perguntou.

– Não sei, mas a mãe tinha cabelo e olhos escuros. Quando for mais velho, talvez se pareça mais com o pai mas, neste momento, é parecido com a mãe.

– Não é teu?

Ela abanou a cabeça.

– És a ama? – Cristiano pensou que talvez fosse solteira. Parecia amar muito o menino.

– Sou a tutora. A mãe faleceu – revelou, contendo as lágrimas.

Cristiano sentiu-se incomodado e esperou que não começasse a chorar. Nunca sabia como tratar as mulheres, quando choravam. Infelizmente, eram muitas as ocasiões em que tinha de o fazer. Empenhava-se sempre e nunca lhe parecia ser suficiente.

Emeliano chegou com a bandeja dos rigatoni, uma salada e uma cesta com pão de alho quente. Olhou para a mulher e depois para Cristiano.

– Querem sentar-se na mesma mesa? – perguntou.

– Não – respondeu Cristiano.

– Seria fantástico – aceitou ela, ao mesmo tempo. – Desculpa! Suponho que não te importas. Não demorarei a ir-me embora.

Cristiano sentiu-se um cretino. Não quisera envergonhá-la.

– Tudo bem, senta-te aqui comigo – convidou, tentando resolver as coisas. – Preciso de um pouco de companhia enquanto como.

– Não, obrigada. De todos os modos, tenho de me ir embora. O bebé gosta de passear.

Procurou o porta-moedas e deixou o dinheiro da refeição em cima da mesa.

Emeliano serviu Cristiano, olhou para ele de lado e foi-se embora, para ir atender outro cliente.

Cristiano apercebeu-se de que a mulher estava corada e envergonhada, e desejou ter pensado um pouco antes de falar.

Levantou-se, pegou na mala e no saco do bebé e dirigiu-se para a porta, sem olhar para ele. Uns segundos depois, desaparecera.

Cristiano pensou que a irmã o teria repreendido por ter sido tão mal-educado. E o pai teria olhado para ele com tristeza. Embora o pai parecesse sempre triste desde a morte da mãe, que já fora há muito tempo. Nunca mais voltara a partilhar a vida com outra mulher.

Cristiano começou a comer. A comida era boa. Ao ver o bebé, lembrara-se da filha do seu melhor amigo, Stephano, que falecera na segunda explosão.

Comeu devagar e voltou a lamentar por não ter aceitado a companhia da desconhecida e do bebé. Se o tivesse feito, não teria pensado no amigo, nem no resto das suas preocupações.

Mariella pôs Dante no carrinho. Saíra o mais depressa possível do restaurante. Aquele homem devia ter muitas mulheres desejosas de ganhar a sua atenção. Era moreno, muito alto, com ombros largos e um aspeto muito masculino. E dotado de uma grande vitalidade.

No fim, até se esquecera de perguntar ao empregado se alguma vez vira Ariana.

E então, passou-lhe pela cabeça que o homem do restaurante podia ser o pai de Dante. Também tinha cabelo e olhos escuros.

– Quem é o teu papá, querido? Vive aqui ou trouxe a tua mãe de visita? – perguntou ao bebé, enquanto passeava.

Sentiu-se tentada a entrar numa loja, mas os corredores eram demasiado estreitos para o carrinho. Teria de pensar noutro plano, que não fosse andar por ali a mostrar a fotografia de Ariana a todos.

Parou perto da igreja e sentou-se num dos bancos de madeira que davam para a praça. Estava abrigada, portanto, sentia-se bem ao sol, apesar de estar frio. Olhou para Dante, que também estava quentinho e parecia contente, olhando para cima.

– Árvore – indicou, embora soubesse que Dante não queria saber como se chamava aquilo.

Apesar de ter lido muitos livros a respeito de recém-nascidos e de ter pedido ajuda às amigas que tinham filhos, ainda não sabia bem como tomar conta do bebé.

A maioria das mães tinha meses para se habituar à ideia. No entanto, ela descobrira que ia ter de tomar conta dele há um mês. Não conseguira preparar-se, nem tinha com quem partilhar a tarefa.

Dante ficou ensonado e achou melhor voltar para a cabana, pensando que o bebé dormiria melhor no berço. Iam passar ali uma semana, portanto, seria boa ideia organizar tudo o melhor possível.

– Não tencionava assustar-te.

Mariella olhou para a esquerda e viu o homem do restaurante, que parara ao seu lado. O sol fazia o cabelo escuro brilhar. Estava a olhar para ela nos olhos e o coração acelerou. Por um instante, deixou de respirar. Sentiu atração e uma espécie de atordoamento.

– Já me ia embora – declarou, desviando o olhar.

Era muito bonito, alto, moreno e forte. Estaria de férias? Ou viveria ali e teria um trabalho que lhe permitia ter tempo livre a meio da amanhã? Queria saber mais sobre ele.

Sentou-se no banco, junto dela, com o olhar fixo na fonte que havia no meio da praça. Depois, virou-se para ela e estendeu-lhe a mão.

– O meu nome é Cristiano Casali – apresentou-se. – A sugestão de Emeliano apanhou-me desprevenido. Tens um bebé e pensei que seria melhor… Tanto faz. Desculpa por ter sido tão grosseiro.

Deu-lhe um aperto de mão e sentiu um formigueiro. Pigarreou e tentou concentrar-se novamente.

– Não faz mal. Sou Mariella Holmes – apresentou-se, sem olhar para ele. Não podia fazê-lo, até voltar a ter as emoções sob controlo.

– Intriga-me a história do bebé. E, ultimamente, aconteceram-me muitas coisas surpreendentes. Como é que o tens? Pareces ser muito jovem para ser tutora de um bebé.

– Tenho vinte e dois anos, idade suficiente. E tenho amigas que não foram para a universidade, casaram jovens e já têm dois filhos – indicou, recusando-se a contar ao estranho que não estava preparada para ser mãe.

– Está bem, tens idade suficiente. Mas, como aconteceu?