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HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1998 Elizabeth Bevarly

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

O cometa do amor, n.º 265 - novembro 2017

Título original: Beauty and the Brain

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9170-628-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

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Prólogo

 

– Eu odeio-te, desprezo-te. Vou matar-te.

A jovem de quinze anos, Rosemary March, encarou o rapaz de cabelos castanhos, óculos e aparelho ortodôntico do outro lado do pátio e franziu a testa.

– Aquele insignificante cara de pizza – disse ela. – Quem é que ele pensa que é?

– Calma, Rosemary – disse Kirby Connaught à sua melhor amiga. – Já não te devias surpreender com as excentricidades de Willis Random. Vocês têm agido como inimigos mortais desde que as aulas começaram.

– Sim – concordou a outra amiga, Angie Ellison. – Só porque ele te chamou desmiolada e ignorante na aula de química de hoje. Ele já disse coisas piores.

Rosemary virou-se para a amiga e fuzilou-a com o olhar. Angie baixou os olhos para a delicada bracelete de gardénia que lhe enfeitava o pulso.

– Sim – concordou Kirby e tomou outro gole do seu refresco. – Já te devias ter acostumado. Ele vai ser o teu parceiro de laboratório o resto do ano. É melhor acostumares-te a ignorá-lo.

– Ora, obrigada às duas – resmungou Rosemary. – Não estão a ajudar em nada. Só queria poder ignorá-lo. Mas, ele deixa-me transtornada. Não há um só dia em que ele não me faça sentir…

– Uma desmiolada, cabeça-de-vento e ignorante? – terminou Angie.

Rosemary franziu a testa. «Sim», pensou ela. «É isso mesmo».

As três amigas descansavam enquanto os demais casais dançavam pelo ginásio desportivo. O Festival de Boas-Vindas ao Cometa Bob seguia a todo o vapor. A comemoração estava aberta ao público em geral, e a noite fresca de Setembro estava perfeita para o Baile do Cometa. Os pares de Rosemary e Angie tinham ido buscar mais refrescos enquanto as três conversavam na bancada. O par de Kirby… bem, ela não tinha par, Rosemary sabia, por isso as amigas mantinham-na por perto.

O Festival de Boas-Vindas ao Cometa Bob era um evento que acontecia a cada quinze anos na pequena comunidade de Endicott, Indiana. Na verdade, o Cometa Bob passara pelos céus da cidade já na noite anterior e ficaria visível a olho nu por mais dois dias e duas semanas através de um telescópio.

A passagem do Cometa Bob por Endicott dava-se na terceira semana do mês de Setembro, a cada quinze anos. E passava sempre mais perto das coordenadas exactas da cidade.

A pontualidade e preferência de Bob por aquelas coordenadas específicas frustrava os estudos de muitos cientistas, desde a descoberta do mesmo dois séculos antes. Todos os quinze anos, grupos de peritos de todas as áreas de astronomia, astrofísica e cosmologia e centenas de amadores invadiam a pequena cidade do sul de Indiana para desvendar o indecifrável. Todos os anos, aqueles especialistas retornavam aos seus locais de origem cheios de anotações que desafiavam qualquer análise, além de fortes enxaquecas.

E, como nenhum fora capaz de explicar a constância e afeição de Bob por Endicott, a celebridade do cometa só aumentara, fazendo com que os habitantes da pequena cidade de Indiana o reivindicassem como seu.

O Cometa Bob possuía um nome mais científico que recebera de um cientista da Europa Oriental, falecido há mais de um século, mas ninguém conseguia pronunciá-lo correctamente. Bem, excepto Willis Random, reflectiu Rosemary aborrecida. No entanto, que diferença fazia?

O Cometa Bob era o Cometa Bob e, além da celebridade e dos mistérios envolvidos, mitos e lendas aumentaram durante as suas visitas regulares. Qualquer morador de Endicott, que testemunhara mais de uma visita de Bob, sabia bem que ele era o responsável por muitas travessuras.

Todos acreditavam que Bob desencadeava perturbações cósmicas, provocando reacções inusitadas nos cidadãos de Endicott. As empregadas confundiam os pedidos dos restaurantes. As pessoas perdiam-se a caminho do trabalho. As crianças terminavam os seus trabalhos de casa e deixavam os seus quartos impecáveis. E aqueles poucos afeitos aos assuntos do coração entregavam-se à paixão.

E, claro, existiam os desejos.

Acreditava-se que os nativos da cidade, nascidos nos anos de aparição do cometa, eram abençoados como ninguém. Se uma daquelas pessoas tivesse um desejo na passagem do cometa, o mesmo realizar-se-ia no ano em que o cometa regressasse.

Rosemary, Kirby e Angie tinham nascido na última passagem de Bob. E, na noite anterior ao baile, as três tinham feito um pedido enquanto o cometa cortava os céus.

Angie pedira que pelo menos uma vez algo de diferente acontecesse na pequena e pacata cidade de Endicott. Rosemary duvidava de que aquele desejo se tornasse realidade, já que nada de interessante jamais acontecia por ali.

Kirby pedira um amor como o dos livros e filmes de cinema. «Outro tiro no escuro», pensara Rosemary. Além de não acreditar no amor, Rosemary achava pouco provável que algo assim pudesse acontecer a Kirby, que nem namorado tinha. Todos os rapazes de Endicott achavam Kirby boa e meiga demais para convidá-la para sair.

E Rosemary… Ela suspirou satisfeita ao lembrar-se do próprio desejo. Pedira que Willis Random um dia tivesse o que merecia. E aquele, ela concluiu, era um desejo com alto potencial de realização. De alguma forma, algum dia, Willis seria punido.

«Oh, sim» pensou, Rosemary enquanto observava o rapaz cheio de borbulhas no canto do ginásio. Dentro de quinze anos, Willis pagaria por tê-la tratado assim no liceu. Ele teria o que merecia. Ela sabia-o.

Afinal, Bob estava do lado de Rosemary.