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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2012 Robyn Grady

© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.

Uma mudança inesperada, n.º 1174 - Janeiro 2014

Título original: Strictly Temporary

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-4993-8

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

Capítulo Um

 

Nada alterava Zack Harrison. Nem sequer a inesperada neve que caía em Denver. O fracasso na negociação da sua última compra não era para ele um inconveniente, mas sim um desafio. Ao mesmo tempo que vestia o casaco e agarrava na mala, despediu-se do porteiro dizendo a si mesmo que teria que ser mais criativo. O esforço não era um problema.

O único que punha à prova a sua paciência era a imprensa. Segundo os jornalistas, era um tubarão que esmagava famílias empobrecidas para ampliar o seu perverso império. E o artigo em que se questionava o tratamento que tinha dado a uma ambiciosa atriz com quem tinha saído? Ele era sempre respeitador com as mulheres. Ally e ele tinham mantido uma relação sem amarras; não tinha contado com o facto de ela o chantagear se ele não lhe oferecesse um anel de noivado. Felizmente, para Zack era-lhe indiferente o que as pessoas pensassem dele.

No entanto, quando saiu do hotel, entrou num táxi e apertou o cinto, a sua calma habitual abandonou-o e quase deu um salto no assento. Observando por um segundo a sua inesperada companhia, inclinou-se e deu um pequeno toque ao condutor no ombro.

– O último passageiro deixou aqui uma coisa.

– Uma carteira? – perguntou o taxista, olhando por cima do ombro.

– Não – disse Zack. – Um bebé.

A porta do outro lado abriu-se bruscamente e uma rajada de ar frio entrou ao mesmo tempo que uma mulher com um casaco vermelho com capuz. Colocando uma mala de viagem no colo, aqueceu as mãos com a respiração. Então viu algo de soslaio e pousou os seus olhos violetas, primeiro no bebé e depois em Zack.

Ao observá-la, este sentiu um inesperado calor no peito e teve a estranha sensação de conhecê-la. Ou pelo menos, de querer conhecê-la.

– Tinha tanta pressa que não o tinha visto – disse ela. – A verdade é que com a neve, quase não se vê. É uma loucura, não é?

– Uma completa loucura – disse ele, esboçando um sorriso.

– Já estava há um bom bocado à espera do táxi que o porteiro tinha chamado, por isso assomei-me até à curva para ver se o via chegar.

Zack deixou de sorrir ao dar-se conta de que lhe tinha tirado o táxi pensando que era o que ele tinha pedido.

– Veio por uma chamada? – perguntou ao condutor.

– Não, o hotel ficava-me a caminho – o homem ajustou o boné. – E com este tempo ninguém sai à rua a não ser que seja imprescindível.

O Capuchinho vermelho inclinou-se em direção a ele e disse:

– Vou para o aeroporto. Tenho que chegar a Nova Iorque para fazer uma entrevista amanhã bem cedo. Escrevo para a Story Magazine.

Apesar da aversão que Zack tinha à imprensa, o nome era-lhe familiar. Nesse momento ela tirou o capuz e deixou-o sem respiração.

Embora o frio lhe colorisse as faces de cor-de-rosa, tinha uma pele de porcelana. Uma densa mata de cabelo caía-lhe sobre os magros ombros e os seus olhos violetas eram vivazes e luminosos.

Zack tinha saído com muitas mulheres espetaculares, mas nunca tinha estado junto a uma que o deixasse literalmente sem respiração. E não só pela sua beleza, mas também pela serenidade e inocência do seu olhar e da sua atitude.

Após a frustrante reunião com o dono do edifício, tinha estado ansioso por ir para a casa em que costumava alojar-se quando estava na cidade, mas a encantadora mulher de vermelho tinha pressa por abandonar Denver e ele estava disposto a comportar-se como um cavalheiro. Por outro lado, isso deixaria nas mãos da mulher e do taxista a responsabilidade do bebé, que, felizmente, continuava a dormir aprazivelmente.

A mulher de vermelho estava a olhar para ele.

– Vejo que tem uma linda menina – disse com um suspiro, antes de pôr a mão no manípulo da porta. – Vou perguntar ao porteiro pelo meu táxi.

Zack agarrou-a pela manga precipitadamente. Quando ela se voltou, ele soltou-a e, com um riso seco, disse:

– Não é minha.

– Pois, minha também não é – sussurrou o taxista.

A mulher pestanejou, desconcertada.

– É um pouco pequena para viajar sozinha.

– Como é que sabe que é uma menina? – perguntou Zack com curiosidade.

– Porque tem uma expressão muito doce e uma boca como um botão de rosa.

O condutor tamborilou os dedos no volante.

– O taxímetro está em andamento.

– Claro. É melhor sair – disse ela.

Pela segunda vez no mesmo dia, Zack perdeu a calma, mas nessa ocasião sentiu que desatava a suar.

– O que é que é suposto que devemos fazer com ela? – perguntou.

– A mim não me meta nisto – disse o taxista, mal-humorado.

– Já lhe disse que não é minha – disse Zack em tom severo.

A mulher de vermelho pôs a cabeça de lado.

– Porque é que estará aqui?

– Não faço a mínima ideia. Quem foi o seu último passageiro? – perguntou Zack.

– Um homem de oitenta e dois anos com bengala. Ia ver a sua família a Jersey e não levava nenhum bebé – disse o condutor como se acusasse Zack de querer passar-lhe o problema.

Zack deixou escapar um grunhido. Pelo menos ela parecia acreditar nele. O seu rosto tinha empalidecido e quando falou, fê-lo num sussurro angustiado:

– Acha que a abandonaram?

– Isso terá de ser a autoridade a decidir – disse ele.

Zack não gostava nada da volta que estava a dar a situação. Não sabia nada de crianças e não tinha intenção de aprender. O casamento e as suas complicações eram assuntos aos quais não dedicava nem um minuto do seu tempo. Mas naquelas circunstâncias... Capuchinho vermelho tinha pressa e o certo era que ele tinha sido o primeiro a descobrir o bebé.

Agarrou na asa do carrinho do bebé e disse:

– Eu vou levá-la à polícia – sussurrou em voz baixa, com medo de acordá-la. – Eles depois entram em contacto com os serviços sociais.

– Mas podem demorar um século para a irem buscar.

– Só sei que os bebés não dormem eternamente e que eu não tenho nem comida nem fraldas no bolso do casaco.

A mulher de vermelho apalpou o pé da cadeira.

– Aqui há um biberão e umas fraldas.

– Os polícias ficarão muito agradecidos.

A mulher arqueou uma sobrancelha e Zack perguntou a si mesmo se pretendia que ele fizesse de ama.

O condutor ajustou o espelho retrovisor.

– Os pombinhos querem que eu vos deixe num café para decidirem o que fazer?

– Não somos pombinhos – Zack agarrou na asa com força enquanto a mulher de vermelho olhava fixamente para ele antes de surpreendê-lo ao fechar a sua mão sobre a dele.

A sensação que lhe transmitiu a sua palma e os dedos roçando nos dele acelerou-lhe o pulso. Numa fração de segundo, Zack sentiu o seu perfume cítrico e apercebeu-se de que ela não usava anel, o que lhe fez pensar que não estava comprometida. Quando ela moveu os dedos até colocar a mão sobre a asa e as suas unhas tocaram na palma de Zack, este sentiu calor, uma labareda que se propagou pelas suas veias; e os seus pensamentos dispararam-se para regiões que não tinham nada a ver com crianças, a não ser que fosse com fazê-las.

– Vá você – disse ela. E Zack soltou a asa contrariado. – Eu levo-a lá para dentro. Não consigo suportar a ideia de que esteja numa esquadra de polícia, rodeada de escumalha.

Zack ia protestar, mas não o fez. Aquela mulher parecia ser de total confiança e competente. Certamente, a mãe da menina acabaria por aparecer e tudo ficaria diluído numa história que contariam à família em cada aniversário. Mas até então... Zack mexeu os ombros e apertou o queixo. A mulher de vermelho necessitava que ele a ajudasse.

– Vou consigo – disse.

– Não é necessário.

Sem dar tempo para que ele insistisse, saiu com a mala e, com a mão que tinha livre, fez um gesto em direção à porta do hotel. Zack olhou pelo para-brisas da frente e viu um porteiro fardado que ia em direção a ela com um enorme chapéu de chuva. James Dirkins, o dono do hotel, tinha recusado a oferta da Harrison Hotels, mas naquele momento a determinação de Zack multiplicou-se. Quando o comprasse, mandaria pôr um toldo.

Depois de dar a mala ao porteiro, a mulher de vermelho agarrou na cadeirinha e despediu-se com um sorriso antes de o porteiro fechar a porta. Zack viu-os a desaparecerem por trás da cortina de branca neve.

– Então vai para o aeroporto? – perguntou o taxista.

– Não – disse Zack sem deixar de olhar para o hotel.

– Quer que adivinhe para onde vai?

Zack nem sequer ouvia o condutor. Capuchinho vermelho. Nem sequer sabia o seu nome.

– A mim é-me indiferente, mas se o taxímetro continua a correr, vou poder reformar-me – murmurou o taxista.

Zack aguçou o ouvido pensando que ouvia o pranto de um bebé. Nunca se sentia encurralado nem superado pelas circunstâncias, mas com um gemido, tirou a carteira, deixou uma nota no assento da frente e disse:

– Espere aqui até eu voltar.

 

 

Trinity Matthews sabia perfeitamente que a situação demoraria a resolver-se, mas ainda assim, enquanto caminhava pelo chão de mármore em direção à receção do hotel, com o peso da cadeirinha do bebé no braço, não se arrependeu da sua decisão.

Os serviços sociais faziam o que podiam, mas a burocracia era complicada e os recursos limitados. Em certo momento, ela tinha solicitado um posto no departamento, mas tanto a sua experiência pessoal com o sistema, como a sua personalidade desqualificavam-na para o trabalho. Havia tantas crianças desatendidas ou abandonadas, que teria acabado por se envolver demasiado com cada uma delas.

Baixou o olhar para o bebé e a emoção ameaçou-lhe a garganta. Ninguém devia ser abandonado. Ninguém merecia sê-lo, e menos um anjo como aquele. Se é que se tratava de um caso de abandono...

O eco de uns passos atrás de si fê-la voltar-se. O homem de olhos pretos, voz de barítono e sorriso familiar que tinha encontrado no táxi caminhava em direção a ela, esquivando clientes e pessoal. Quando chegou a seu lado, uma madeixa de cabelo preto caía-lhe sobre a testa. Por um segundo, Trinity sentiu a mesma agitação que ele tinha pela corrida. Aquele homem era dos pés à cabeça um magnífico exemplar da sua espécie... e de novo teve a sensação de conhecê-lo de algum lugar e de que quiçá não devia confiar nele.

Então ele apresentou-se e as peças do puzzle juntaram-se magicamente:

– Esqueci-me de me apresentar – disse, sorrindo. – Chamo-me Zackery Harrison.

Trinity abriu os olhos com surpresa ao mesmo tempo que se lhe contraíam os músculos do estômago. Obviamente! Sob a luz a figura do senhor Harrison era inconfundível. Em pessoa era tão sexy como em fotografia. E pelo que Trinity sabia, provavelmente tão ambicioso e arrogante como se dizia.

Mas aquele não era nem o lugar nem o momento para lhe dizer o que pensava dele.

– Eu chamo-me Trinity Matthews – disse, compondo um ar sereno.

– Trinity, eu pensei melhor e quero ajudá-la.

– Porquê?

Zack pareceu titubear por um instante antes de sorrir e responder:

– Porque tenho um pouco de tempo livre enquanto você tem que voar para Nova Iorque.

Trinity ficou absorta contemplando o sorriso que tinha visto em tantas imagens, com que ele seduzia mulheres lindíssimas e persuadia políticos para transformarem bairros inteiros em centros comerciais. A Trinity fervia-lhe o sangue perante pessoas tão egoístas e inconscientes como Zack Harrison.

Para dominar a sua irritação, voltou a sua atenção para a pequena pessoa que tinha no braço. Quem poderia abandonar algo tão maravilhoso?

– Posso apanhar um avião mais tarde – disse. – Embora não saiba muito de bebés, de certeza que sei mais do que você.

Supunha-se que as mulheres tinham espírito maternal por natureza, embora Trinity soubesse melhor do que ninguém que esse não era sempre o caso.

Quando Zack cruzou os braços como se com isso desse a discussão por terminada, Trinity pousou a cadeirinha no chão e imitou-o.

– Não me vou embora até me assegurar de que a menina está bem – disse com firmeza.

– Tenho uma casa perto daqui...

– Eu disse que não.

As crianças necessitavam atenção e afeto, e Trinity duvidava que Harrison fosse capaz de alguma dessas duas coisas.

– Os meus vizinhos cuidam da casa quando eu não estou – continuou Zack. – A senhora Dale é uma avó de dez netos cheia de vitalidade. Adora crianças e no passado foi mãe de acolhimento.

Trinity dissimulou um arrepio. Apesar da sua experiência, tinha a certeza de que havia muitas mães de acolhimento excecionais. No entanto, a que lhe tinha calhado a ela, Nora Earnshaw, era sinónimo de mãe monstruosa.

– A senhora Dale continua a ter todo o equipamento necessário e tenho a certeza de que estará encantada por poder ajudar – continuou Zack com olhos brilhantes. – E não quererá perder a sua entrevista.

O trabalho era tudo para Trinity. Dava-lhe a oportunidade de viajar e de conhecer pessoas fascinantes, e depois de ter passado quase toda a vida numa aldeia de Ohio, adorava viver em Nova Iorque, onde estavam os seus amigos e a sua vida. Por isso mesmo, com um trabalho muito competitivo e no meio de uma crise em que cada semana se despediam vários jornalistas, não podia dar-se ao luxo de pôr em risco o seu lugar.

Trinity desceu de novo o olhar para o bebé e o seu coração encolheu-se. Não confiava em Zack Harrison nem na sua vizinha. A sua própria mãe de acolhimento tinha aparentado adorar crianças, mas era tudo uma grande mentira.

– Como é que pode ter certeza de que a sua vizinha está em casa?

– Os Dale são muito caseiros. Estou há vários dias aqui e esta manhã, quando saía, vi a senhora Dale a voltar para casa depois de ter ido dar um passeio com um dos seus netos.

Trinity mordiscou o lábio e viu que tanto o rececionista como o porteiro estavam à espera deles e dispostos a ajudar. Tomou uma decisão:

– Estamos num magnífico hotel. Podemos...

– Este bebé estaria melhor com alguém que saiba cuidar dele – disse ele num tom que, embora cordial, não admitia discussão.

Trinity sabia que ele tinha razão, e que se esquecia dos seus preconceitos e confiava na vizinha de Harrison, levar a menina para casa deste era a melhor opção. Por outro lado, perguntou-se a si mesma até que ponto a sua resistência tinha a ver com a melhor opção para o bebé ou com a antipatia que sentia por Harrison.

Olhou de novo para o bebé, que continuava a dormir profundamente.

– Muito bem. Vamos – disse.

– Os dois? – perguntou ele, desconcertado.

– Não posso ir-me embora sem me assegurar que ela esteja bem cuidada.

Zack Harrison observou-a com uma expressão que refletia tanta segurança em si mesmo como um estado de alerta permanente, a marca de um homem que projetava força e que se sentia cómodo com essa imagem. No entanto, Trinity observou uma mudança no seu olhar que não conseguiu interpretar, mas que se parecia muito ao respeito.

– Se assim for – disse ele, – é melhor sairmos antes que o taxista se vá embora.

Os dois agacharam-se ao mesmo tempo para agarrar na asa da cadeirinha e quando as suas mãos se tocaram, Trinity sentiu uma sacudidela de calor que lhe percorreu as veias. Zack olhou para ela e sorriu. Ela dominou as suas aceleradas hormonas e ergueu-se.

– Antes de nos irmos embora, acho que devo admitir que sei quem você é.

Zack levantou o queixo.

– Fui eu próprio que lho disse.

– Como todo o mundo, leio os jornais. Sei que dirige a cadeia de hotéis familiar e que faz o que for preciso para obter aquilo a que se propõe – Trinity titubeou, mas decidiu continuar: – E sei que se vanglorias de ser um conquistador.

O sorriso congelou-se nos lábios a Zack.

– Pertence ao meu clube de fãs?

– O que quero dizer é que acedo a isto porque acho que é o melhor para a menina.

– E não porque não tenho piedade e sou irresistível?

Trinity sentiu que o coração lhe dava uma volta.

– Claro que não.

Zack aproximou-se dela olhando-a fixamente com olhos brilhantes e sorriso provocante.

– Muito bem, já que esclarecemos isso, podemos ir embora. A não ser que...

Trinity pôs-se em alerta.

– A não ser que o quê?

– A não ser que resolvamos isto o antes possível.

– Que resolvamos o quê?

– Pensava que, se calhar, queria dar-me uma bofetada ou um pontapé.

Trinity sentiu que os seus ombros se relaxavam. Por um instante tinha acreditado que... mas era uma estupidez.

– Tentarei conter-me – disse.

– Suponho que não terá pensado que eu ia agir segundo o meu caráter, agarrá-la nos braços e beijá-la.

Trinity corou.

– Claro que não!

– Visto que sou um animal, como é que pode estar tão certa?

– Não sou o seu tipo – apontou Trinity. – E mesmo que fosse, acho que não queria chamar novamente a atenção por um incidente depois de ter aparecido em todos os jornais na última semana – olhou à sua volta. – Estamos num sítio público e hoje em dia todo o mundo tem uma câmara no telemóvel.

Zack olhou para ela com frieza.

– Acha que me preocupam as coscuvilhices?

– Suponho que não – Trinity pôs a cabeça de lado. – Mas talvez lhe devessem preocupar.

Zack sorriu maliciosamente.

– Pode ser que tenhas razão – aproximou-se uns milímetros dela, cravando-a no sítio com o olhar, e disse: – e pode ser que deva proporcionar ao mundo algo de que verdadeiramente valha a pena falar.