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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1998 Peggy Bozeman Morse

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Amantes rivais, n.º 350 - abril 2018

Título original: The Rancher’s Spittin’ Image

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-324-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Epílogo

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Prólogo

 

 

 

 

 

Na noite escura, rasgada apenas pela luz prateada da lua, os jovens amantes ergueram-se como se fossem um só corpo.

Suspirando, estenderam os braços e trocaram um olhar demorado e profundo. O perfume da relva e das flores do campo misturava-se com o odor do sexo e penetrava nos seus sentidos, tornando o momento da despedida ainda mais difícil.

Embora tivesse consciência do perigo de prolongar o encontro, Jesse beijou mais uma vez os lábios de Mandy.

– Tens de te ir embora – murmurou Jesse.

– Eu sei – respondeu ela no mesmo tom. Mas o sabor do beijo era inebriante e Mandy sentiu-se novamente invadida pela relutância em dizer adeus. Apoiou as mãos abertas sobre o peito largo e viu os seus olhos escurecerem. Os batimentos rápidos do coração de Jesse fizeram-na sorrir, com um ar provocante. – Só mais um minuto – sussurrou.

Os lábios que roçavam os lábios dele eram tão tentadores como os dedos que acariciavam o seu peito. Jesse segurou nas mãos dela e levou-as à boca, tomado novamente pelo desejo intenso que tinha sentido antes, mas sabia que estavam a demorar-se muito.

– É muito arriscado, Mandy – avisou-a ele. – A qualquer momento, alguém pode aperceber-se da tua ausência e vir procurar-te. E se nos encontrarem…

Mandy beijou-o para silenciar as palavras que não queria ouvir, temendo enfrentar os perigos que rodeavam aqueles encontros clandestinos.

– Ninguém nos vai encontrar – prometeu ela, baixando-se para apanhar as suas roupas interiores. Com os dedos trémulos, vestiu as cuecas e o soutien.

Jesse suspirou e começou a vestir as calças de ganga e a camisa. Em seguida, sentou-se em cima do cobertor e calçou as meias e as botas. No entanto, os seus olhos permaneciam fixos nos de Mandy, fascinados pela beleza do corpo que agora a camisa e as calças de ganga escondiam.

– Mandy – disse ele, com um leve sotaque mexicano, procurando as mãos dela. – O meu coração sangra cada vez que penso em deixar-te.

O tom emotivo do rapaz surpreendia-a sempre, fazendo com que ela sentisse o sangue mais quente e o coração a transbordar de amor. Com um sorriso trémulo, entrelaçou os seus dedos nos dele e pôs os pés no chão para que ele a puxasse. Depois, aproximou-se, enlaçou-o pela cintura e encostou o rosto ao seu peito.

– Eu… vou sentir saudades tuas – murmurou ela, sentindo um nó na garganta.

– Não mais do que eu – respondeu ele, abraçando-a. – Quando é que nos poderemos encontrar novamente?

– No sábado. O meu pai vai a Santo António para tratar de negócios e só volta no domingo à noite.

Ele franziu a testa.

– Como é que pretendes sair sem que ninguém se aperceba?

À luz da lua, o sorriso dela irradiava confiança.

– Não te preocupes. Vou pensar numa forma de escapar.

O som de um galho seco a partir-se ecoou no arco formado por árvores frondosas que rodeavam aquele lugar escondido. Jesse ergueu os ombros, pressionou os seus dedos contra a nuca de Mandy e encostou o seu rosto ao peito para abafar um grito alarmado. Depois, observando o lugar, pôs-se à escuta, esperando que fosse apenas um animal à procura de comida. Mas, quando os seus olhos viram um metal a brilhar sob o luar prateado, percebeu que o ruído não tinha sido provocado por nenhum animal. O perigo era muito maior e mais ameaçador.

Rapidamente, mudou de posição e colocou-se entre Mandy e o cano da espingarda apontado para eles. Em seguida, um homem saiu da sombra das árvores e mostrou-se. A espingarda estava apoiada contra um ombro poderoso e o cano procurava o peito de Jesse.

– Jesse Barrister!

O rapaz ouviu um gemido abafado de Mandy e sentiu, devido à voz estrondosa do pai dela, as unhas dela enterradas nas suas costas. Com um olhar de desafio, Jesse ergueu o queixo e encarou o furioso Lucas McCloud.

– O que é que quer, McCloud? – perguntou ele.

– Apenas o que é meu – transtornado, o homem deu um passo em frente e brandiu a arma. – Mandy! Sai detrás desse sujeito ou eu juro que vos mato aos dois!

A ameaça fria e cruel fez com que Jesse apelasse ao seu bom senso.

– Era capaz de matar a sua própria filha?

– Prefiro vê-la morta a admitir que se envolva com gente como tu. Sai daí, Mandy!

Ao sentir que a jovem se movia para obedecer ao pai, Jesse levou os braços às costas para a imobilizar, o que fez com que Lucas McCloud ficasse com um alvo maior.

– Cuidado, homem! Não estamos na sua propriedade. Este território pertence aos Barrister. Quem manda aqui sou eu, não o senhor.

Lucas deu uma gargalhada, mantendo a arma apontada para o peito do rapaz.

– Seu bastardo! – gritou Lucas McCloud. – Não mandas em lugar nenhum. És apenas o fruto dos pecados de Wade com a sua prostituta mexicana.

O insulto atingiu-o como se tivesse levado uma bofetada. Não por ele, porque já se tinha habituado ao som da palavra bastardo há muito tempo. Porém, ninguém tinha o direito de ofender o nome da sua mãe.

– Bastardo ou não, sou um Barrister e nenhum McCloud é bem-vindo às nossas terras.

Mantendo os olhos fixos nos do inimigo, Lucas falou com a filha.

– Ouviste, Mandy? Nenhum McCloud é bem-vindo às terras dos Barrister. E tu és uma McCloud.

– Ela é minha! – gritou Jesse, antes que a rapariga pudesse responder. – E assim que for maior de idade e puder assumir o destino da sua própria vida, o nome dela será Barrister, em vez de McCloud.

Na noite quente, o estalido metálico da espingarda a ser engatilhada era ameaçador.

– Só se for por cima do meu cadáver! – anunciou Lucas. – A minha filha nunca terá o nome dos Barrister. Prefiro matá-la.

Mandy fugiu detrás do corpo de Jesse e colocou-se diante dele, servindo de escudo ao homem que amava.

– Papá, por favor, não – soluçou ela. – Eu amo o Jesse.

Lucas observou-a em silêncio, mas manteve a espingarda na mesma posição. Agora, o cano estava apontado para o pescoço de Mandy.

– Afasta-te desse tipo ou eu juro que o mato, como se fosse um ladrão imundo. E tu morrerás com ele.

Antes que Jesse pudesse detê-la, Mandy correu em direcção ao seu pai e agarrou no cano da espingarda, empurrando-a para cima. A arma disparou e, no ar morno da noite, o som assustador ecoou entre as árvores frondosas.

Desequilibrado pelo ataque de Mandy, Lucas recuou um passo, mas depressa recuperou o equilíbrio, utilizando um braço para enlaçar a cintura da filha e para a puxar.

Jesse ameaçou atacar o inimigo, mas McCloud empunhava a espingarda com uma das mãos, o que o deteve.

– Jesse, por favor! – suplicou Mandy, a chorar. – Vai-te embora antes que ele te mate.

Jesse olhou para Lucas McCloud e viu reflectido no seu rosto o ódio que queimava as suas entranhas. Devagar, procurou com os olhos a face aflita de Mandy. Mais devagar ainda, estendeu-lhe a mão.

– Vem comigo, Mandy. Vem comigo agora. Podemos ir embora deste lugar. O mundo é muito grande. Vamos viver para um sítio, onde o teu pai nunca nos encontrará.

– Eu encontrar-vos-ia nem que fosse no inferno – avisou-os Lucas, em voz baixa, porém ameaçadora. – Não há nenhum lugar onde possam esconder-se de mim. E, se o tentarem, juro que vos matarei, quando vos encontrar.

Mandy, com os olhos cheios de lágrimas, olhou para Jesse, sentindo-se dividida entre o amor pelo pai e os sentimentos pelo homem que tinha conquistado o seu coração. Sabia que o pai cumpriria a promessa, pois ele odiava os Barrister. A rivalidade entre as duas fazendas vizinhas já tinha contaminado quatro gerações. Contudo, ele odiava Jesse acima de todos os outros, não só por ser o filho ilegítimo de Wade Barrister, mas também porque era de origem mexicana.

Sabia que podia encontrar uma maneira de estar perto dele. Só tinha de pensar, de conceber um plano. Mesmo que tivesse de esperar pelos poucos meses que a separavam do seu décimo oitavo aniversário para o ver novamente, sabia que o seu amor por Jesse ia sobreviver à separação. Especialmente porque a recompensa pela espera paciente culminaria com a união eterna com o homem que adorava.

Incapaz de suportar a dor, a expectativa e a angústia que via nos olhos dele, baixou a cabeça e fez uma pequena oração, pedindo a Deus que ajudasse Jesse a compreendê-la.

– Não, Jesse! Não posso!

Por um instante, ele mostrou-se surpreendido com a resposta. Depois, o seu corpo ficou tenso e as suas mãos fecharam-se. Com um grito selvagem, atirou-se, com os braços erguidos, contra Lucas. Os seus dedos procuravam o pescoço do homem que ameaçava a sua felicidade, daquele que tinha ousado colocar-se entre ele e a sua amada.

Um tiro soou na noite. Mandy levou as mãos aos ouvidos, sentindo todo o corpo a tremer com o eco do tiro. A cena diante dela parecia desenrolar-se em câmara lenta. Jesse arregalou os olhos e o rosto contorcido era como se fosse uma máscara de dor. O impacto da bala fê-lo girar para a esquerda e, horrorizada, ela viu-o recuar dois ou três passos antes de cair.

O grito desesperado prolongou-se na noite quente:

– Jesse! Não! Nããããooooo…